Parte I aqui
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Medúlla (2004) |
Para começar:
- Mouth's Cradle
- Oceania
- Desired Constellation
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Volta (2007) |
Björk caminha de novo para outros territórios (e já não é surpresa), chegando finalmente com um novo álbum três anos depois, Volta. É considerado por muitos o pior álbum de Björk, mas está longe de ser mau; é apenas um álbum mais descontraído, que apesar de ter sempre algo que une todas as músicas (neste caso, instrumentos de sopro), tem outras ideias mais dispersas. Podemos logo perceber isso quando descobrimos as inúmeras colaborações que fizeram com que Volta surgisse: desde o grupo de música africana Konono nº1 até ao conhecido produtor Timbaland. É por isso que as opiniões podem ser tão dispersas: quando ouvimos os sete minutos de The Dull Flame of Desire, liderada por Björk, pelo convidado ANOHNI e por instrumentos de sopro, e de repente surge Innocence, com a sua pop alternativa explosiva e perguntamo-nos se estamos a ouvir o mesmo álbum (e então quando chega Declare Independence, de longe a música mais violenta de Björk, ficamos com medo da quantidade de facetas da artista). Volta parece o seu álbum mais comercial, mas mesmo sendo um dos mais bem-sucedidos, tem tantos mistérios por descobrir que é preciso muita dedicação até tudo fazer sentido. Com Volta, Björk ilusionou toda a gente com o seu lado pop, mas por baixo da superfície há muito mais do que música acessível.
Para começar:
- Earth Intruders
- Hope
- Wanderlust
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Biophilia (2011) |
Biophilia é outro álbum mais arriscado por parte de Björk (poder-se-á até dizer que é o último dos três verdadeiros álbuns experimentais da artista), desta vez menos efusivo e mais simples, mas conceptual, com novos instrumentos a serem criados e o uso de objetos que não são instrumentos musicais por si só. Biophilia é centrado na natureza, como o título indica: amor à natureza, e cada uma das canções, à exceção de duas, relaciona-se com um fenómeno natural. Por exemplo, Thunderbolt é baseada num arpeggio do som de uma descarga elétrica de uma bobina de Tesla; em Mutual Core, as placas tectónicas são uma metáfora para as relações humanas, e quando chega o refrão, sentimos mesmo que uma erupção está prestes a acontecer. Biophilia é mais contido (mas sabe explodir nos momentos certos): não é tão eclético como Volta, nem tão experimental como Medúlla; apresenta estas características em moderação, e, assim, deixa a inteligência de Björk destacar-se. É a habilidade da artista de relacionar a música com outros conceitos que conduz este álbum, e, sem surpresas, leva-nos a sítios magníficos.
Para começar:
- Crystalline
- Virus
- Thunderbolt
O oitavo álbum de Björk tem um aspeto interessante: soa como se fosse o sucessor lógico de Vespertine. As batidas parecem uma mistura da minimalidade das de Vespertine e da sonoridade direta de Homogenic; os instrumentos de cordas estão mais presentes do que nunca, já que a cantora se tornou numa "violin nerd" logo após o fim da sua relação de 13 anos com Matthew Barney. É exatamente o fim desta relação o centro de Vulnicura; Björk concentra a sua dor neste álbum como uma forma de curar as suas feridas. Com isso, cria um álbum belíssimo, com canções que se estendem por mais tempo do que o usual mas não são forçadas, como os 10 minutos da emocionante Black Lake; a dor de Björk flui naturalmente e de forma surpreendentemente crua até atingir o final conformado em Quicksand, onde canta "When I'm broken, I am whole/And when I'm whole, I'm broken" com uma inteligente modificação na sua voz: começa normalmente mas depressa se desassocia em várias partes, objetificando o que canta. O que diz em Quicksand é o que realmente define Vulnicura: é um dos seus álbuns mais consistentes, mas o que o constitui são os vários pedaços do coração partido de Björk.
Para começar:
- Stonemilker
- Quicksand
- Lionsong
Björk leva-nos numa viagem complexa, não? Há tanto para descobrir, mas é importante saber onde começar. A minha recomendação: Debut - Post - Homogenic - Vespertine - Vulnicura e depois os outros três em qualquer ordem. Se só quiserem mesmo ouvir o essencial, ouçam o Homogenic e o Vespertine. Mas não acredito que fiquem por aí.
Se tiverem alguma experiência com a música de Björk ou seguiram o guia, comentem!
Pah, conheço Björk há imenso tempo. Cheguei até a tocar uns temas dela. O "Army of Me" é um tema incrível. Há até músicos de jazz que fizeram uma versão muito boa do tema e que podem ouvir aqui:
ResponderEliminarhttps://www.youtube.com/watch?v=dlhFTXYnE4U
Já ouvi músicas de todos os álbuns mas, a discografia toda seguida só a ouvi até ao Medula, deram-me vontade de ouvir os restantes com atenção. É um plano para os próximos dias :)
Bom guia, continuem, abraço!
Não conheço/percebo muito de jazz por isso não consigo formar uma opinião sobre essa versão, mas não há dúvida que a Army of Me é uma música excelente e muito versátil para covers!
EliminarA partir do Medulla, a música começa a ser menos acessível por isso boa sorte e obrigado pela opinião!
Nota-se que não conheces jazz ao dizeres que a música da Björk é menos acessível. É fácil de ouvir quando comparado com certos discos eheh. Continuem, abraço!
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